quinta-feira, 14 de maio de 2009

O CRISTÃO E A SOCIOLOGIA

INTRODUÇÃO

A sociologia é uma indústria que cresce cada vez mais e a cada ano, muitos são os interessados que ingressam em cursos de sociologia, quer como opção profissional ou como complementação a cursos de educação. Dentre os que optam por este curso estão muitos cristãos, que se deparam com vários ensinamentos que contradizem os princípios de sua fé. Alguns se decepcionam e abandonam o curso, outros assumem duas identidades (na igreja são cristãos, mas na faculdade são sociólogos), e ainda outros conseguem ter um equilíbrio, não permitindo que a sociologia abale a sua fé, mas, pelo contrário, venha fortalecê-la. Este artigo tem o propósito de ajudar os estudantes cristãos de sociologia a alcançarem esta última conseqüência.

1) O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA

As revoluções Industrial e Francesa foram as causas principais que contribuíram para o surgimento da Sociologia, por mais que esta só veio a existir com este nome um século depois (aproximadamente) com Augusto Comte (1798-1857). O cenário social, antes destes fenômenos revolucionários, era dominado pelo Feudalismo e o pensamento religioso (Teocentrismo). Quando surge a revolução industrial as famílias, gradativamente, começam abandonar o campo e se aglomerar nas cidades, formando uma nova estrutura social. Com a revolução francesa esta nova realidade social se fortalece ainda mais, fazendo com que a antiga forma social se desestruturasse completamente. Muitas dificuldades surgiram neste novo cenário social, provocando uma necessidade urgente de reorganização na sociedade. Daí surge então os “Pensadores Sociais”, que influenciados por um “Antropocentrismo Crescente”, começam a postular várias teorias sociais para resolver os problemas da sociedade, sem qualquer referência a Deus.

2) A SOCIOLOGIA DO CONHECIMENTO

Esta parte da sociologia é altamente perscrutadora, pois se dá a esquadrinhar coisas que nós tomamos por certas, questionando-as profundamente. Esse exercício parece bem inofensivo, até percebermos que a conclusão geralmente implícita em tal estudo é que o conhecimento, pelo fato de poder ser enquadrado, é falso ou, no mínimo, apenas socialmente relativo. Para o sociólogo do conhecimento a resposta sempre se encontra na sociedade. Qualquer que seja a crença específica, sempre se pode pesquisar sua origem social e provar ser ela um produto do seu tempo e contexto, reforçado pela aceitação social e pelo fato que ela parece dar certo. Como cristãos, precisamos deixar bem clara nossa posição desde o início. Existe no momento uma crescente preocupação com o aspecto ideológico da ciência social, e certos sociólogos realmente apresentam seus pressupostos de maneira bem explícita. Isso acaba sendo de muita ajuda, haja vista que pelo menos sabemos como argumentar. A auto-revelação de Deus provê princípios e critérios que nos permitem avaliar toda e qualquer idéia, cuja a fonte seja puramente humana e social. Qualquer análise da realidade que tenha um ponto de partida diferente pode conter certos aspectos verdadeiros e importantes para o bem-estar da sociedade (pois, de uma forma geral, Deus tem revelado certas coisas para o ser humano), porém, deve ser julgada sempre à luz da Palavra de Deus. Nós, cristãos, temos o duplo dever de estudar a Palavra de Deus seguindo a orientação divina, e de aplicar seus princípios a teorias e situações específicas. Nosso pensamento sociológico deverá refletir a nossa convicção de que o árbitro final do conhecimento não é o indivíduo nem a sociedade. A primeira palavra pertence a Deus e a ele somente cabe a última palavra.

3) HOMO SOCIOLOGICUS

O ser humano em seus relacionamentos sociais é o centro do interesse sociológico. Assim a questão da natureza humana, ou a “imagem humana”, é de importância crucial para a teoria sociológica. Isto se percebeu desde o começo da sociologia e foi, poderíamos dizer, a primeira razão de ser da sociologia. A impressão que se costuma ter quanto a imagem sociológica é que a natureza humana é essencialmente plástica. A matéria prima do aparato psicológico é moldada em forma social por um tipo de entidade abstrata conhecida como sociedade. De acordo com outra visão, o homo sociologicus é mais que uma criatura plástica, é um ser poderoso. Essa pessoa é ativa e auto-determinante, e tem consciência de seus objetivos. O ser humano é visto, não em termos de causa, função ou interesse, mais de intenção. A visão cristã da humanidade é inseparável do conhecimento que o cristão tem de Deus, e mesmo que haja nessa visão muita coisa atraente ao não-cristão, ela nunca terá para este um significado autêntico enquanto não aceitar o Deus do cristão. Enquanto isso, precisamos continuar declarando que somos seres humanos por sermos a imagem de Deus, e explicar as aplicações práticas dessa visão.

CONCLUSÃO

Oxalá os cristãos se orgulhassem das Boas Novas sem se envergonharem da sua cosmovisão bíblica, estando prontos a lutar por suas convicções cristãs na arena sociológica! Como em qualquer outra atividade, nós deveríamos orar para que, ao estudarmos sociologia, fôssemos cheios do Espírito Santo de Deus! Necessitamos urgentemente de uma mente cristã ao considerarmos a sociedade em toda a sua complexidade e no seu distanciamento cada vez maior das normas e valores dados por Deus. A soberania Divina não é uma doutrina “teórica”, mas sim um incentivo prático, que deve desafiar os cristãos a conquistas de novas áreas para o Senhor.

Um comentário:

  1. A Paz Pastor Décio.Deus te abençoe por este site,foi de grande valia.Sou calouro da FMU e estou cursando Licenciatura em Ciencias Sociais;pretendo ser Professor de Sociologia.Neste primeiro semestre,ao conhecer o curso me deparei com os desafios da contradição ideologica que a Sociologia aborda,como o Antropocentrismo como bandeira,ateísmo e desvalorização dos principios cristãos,mas sei que é possivel fazer o curso e ainda lecionar Sociologia sem perder a fé.Obrigado pelas informações,Deus abençoe.

    ResponderExcluir