A IMPORTÂNCIA DA FILOSOFIA PARA A PSICANÁLISE
Analisando os vários aspectos da filosofia, conclui-se que esta ciência é de fato importante como ferramenta para a psicanálise. Observa-se que o próprio Freud se utilizou da mesma para estabelecer seus postulados. Se o pai da psicanálise, ainda que de forma indireta e discreta, fez uso da filosofia como ferramenta importante à criação da psicanálise, é coerente valorizar e imitar o grande mestre neste empreendimento.
Assim sendo, é salutar avaliar os pontos relevantes do sistema filosófico que contribuíram – e ainda contribuem – para o fortalecimento do conhecimento psicanalítico.
Algumas vias de conhecimento apresentadas pelo estudo filosófico são: o Racionalismo, o Empirismo e a Dialética. Entendo que não pode haver conhecimento racional sem a experiência prática, pois daí advém as formulações do pensamento racional. O empirismo ou o conhecimento prático, portanto, é uma ferramenta indispensável ao psicanalista. É por meio dela que se poderá analisar o paciente, através da técnica da Associação Livre, objetivando chegar a uma interpretação segura. A psicanálise é essencialmente prática e não teoria. Haja vista que será sempre necessário ouvir o paciente.
Por outro lado, uma vez estabelecendo o conhecimento empírico como meio para a prática da psicanálise, se faz necessário também a aquisição do conhecimento racional. Este se apresentará de forma complementar ao empirismo como forma de entendimento da realidade percebida. A partir daí surgirão reflexões e pensamentos interligados ao que o psicanalista inferiu da análise feita no paciente.
Sendo estes dois aspectos filosóficos – o empirismo e o racionalismo – utilizados como ferramentas imprescindíveis na profissão do psicanalista, se faz necessário também a menção da Dialética. Este sistema funciona na psicanálise extraindo a conclusão da relação entre o teórico e o prático. Há a figura do sujeito e do objeto; do analista e do analisado; do psicanalista e do paciente. Do relacionamento de ambos o sistema filosófico dialético trabalhará para promover um conhecimento teórico que tenha aplicabilidade na vida das pessoas, ou seja, interacionar o subjetivo com o objetivo; ou transformar teoria em prática.
Pode se ver também, além da aplicação dos pontos filosóficos acima, que Freud se valeu de outros postulados da filosofia para sustentar suas convicções da psicanálise. O filósofo grego Empédocles, por exemplo, inspirou Freud no que tange ter afirmado haver dois sistemas antagônicos no Cosmos e na vida do espírito – o amor (philia) e o combate (neikos). O pai da psicanálise, portanto, defende que sua teoria do EROS e do DESTRUTIVO tem um equivalente nesta filosofia.
Entre outras relações que se poderia destacar sobre a filosofia e a psicanálise, é conveniente salientar que Freud, tal como alguns filósofos, lançou mão de mito para ilustrar e fortalecer suas teorias. O Complexo de Édipo, por exemplo, é um mito considerado fundamental para a psicanálise; tal como o mito da Caverna é para a República de Platão.
No que tange a questões especulativas da psicanálise, isto é, que não podem ser provadas cientificamente, a filosofia também corrobora nestes aspectos. O Inconsciente, a alma da psicanálise, é considerado o ponto mais subjetivo da teoria freudiana, e nem por isso é desconstituído de significado e importância, mas, pelo contrário, é a mais relevante. O campo especulativo da filosofia, portanto, é uma grande instrumento para a psicanálise.Destarte, como foi visto neste breve comentário, a filosofia exerceu um grande papel na criação da psicanálise. Contribuiu para Freud estabelecer seus vários postulados psicanalíticos. Não obstante a cooperação relevante da filosofia na gênese psicanalítica, ela continua sendo uma grande ferramenta ao profissional da psicanálise.
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